"AO MEU PAI, O FAZEDOR DE PÃES E HOMEM"
Pai, teus ouvidos te enganam, e os olhos também.
Teus joelhos doloridos, te incomodam eu sei.
Trazem as marcas de um tempo sofrido
e de glórias também. Oh, meu pai.
Pai, desculpe os acordes mal escolhidos,
desta canção que eu fiz pra você,
Pra lembrar nossos bons tempos vividos,
E os problemas esquecer.
Te lembro atrás do velho balcão, vendendo de tudo, e até o pão,
que você fazia para as bocas dignas, ou não, ou não?
Onde estará nossa freguesia, que eu sei, fazia tua alegria.
No balcão jogar conversa fora e baralho
Te dava mais prazer naquele trabalho.
Hoje, trago boas lembranças daquele meu tempo de criança.
Me vejo traquina e levado. Por vezes, eu sei, te deixei zangado
Pelas bagunças na escola ou de secar no forno e queimar os seus sapatos.
Pai, lembra meu olhar de felicidade, quando eu vendia os pães na cidade?
Pra mim era duro o frio das manhãs, mas foi uma lição que me ajudou
A formar o homem-menino que pra você ainda hoje eu sou.
Quando lembro daquilo aumenta em mim o amor e o orgulho por você, meu pai!
Pai, você que só cursou a escola da vida, e se acha caipira
Já mostrou que é um diplomado, vivendo sua velhice sossegado.
Pai, das coisas que aprendi com você, uma eu sei, não vou esquecer
Que ser pobre não é defeito; o importante é ser direito.
Comentário: já publicados no blog que perdi ano passado, estes são versos d’uma canção que em 1999 escrevi para o meu pai, Antonio Balestra, o padeiro “Sontonho”, como eu o chamava carinhosamente.
Aí na fotografia, tirada em 1977 na Transamazônica onde moramos: eu, papai, e meu filho Keith Angel.
Desde 03.08.2007 Sontonho s’Encantou. Mas ainda está aqui comigo, NESTE SEU DIA...
Imagem 2: by web
Feliz dia dos pais, Balestra.
ResponderExcluirA você e seu pai, senhor “Sontonho”, que juntos andaram por tantas estradas, e ainda juntos estão, no coração.
Estradas que viram distribuir o pão, e também ouviram o soar do encantador violão.
Aquele abraço, amigo
Linda homenagem ao "seu" Totonho. Fechando esse maravilhoso poema, versos cheios de simplicidade e que contém uma grande verdade:
ResponderExcluirPai, das coisas que aprendi com você, uma eu sei, não vou esquecer
Que ser pobre não é defeito; o importante é ser direito.
Uma homenagem emocionante ao Sontonho, me emocionei e lembrei do Seutino, parabéns Balestra pelos belos versos.
ResponderExcluirLindo texto Balestra. Que pai que não merece uma poesia como esta? Sontonho, um homem simples, um homem como a gente, simplesmente, um homem direito!
ResponderExcluirMuitíssimo obrigado pelas constantes visitas lá no meu blog e peço desculpas, correria maluca, as minhas ausências nessas praias do seu blog, que outrora, era visita diária certeira de minha pessoa.
Um forte abraço! Vou votar lá no seu blog!