“QUANDO AS SOMBRAS AMEAÇAM O CAMINHO, A LUZ É MAIS PRECIOSA E MAIS PURA."

(Espírito Emmanuel, in "Paulo e Estêvão", romance por ele ditado a Chico Xavier)

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sexta-feira, 30 de julho de 2010

AVOÁVEL GÊNESE DUM'IDÉIA


DA ÁGUA PRO VINHO,

DO VINHO PRO... MILAGRE;

AGÊNESEDUMIDÉIAVOADA.



A lua em hóstia no céu, enchente.

Cá embaixo a gent’eu, s’me sentindo ninharia, feit'um nada com nenhum dentro, em intentos d’cavalgar algum vago criável d’inspiração, um'idéia descrevível, postável, prazível. Olh’estrelas. Espero. O milagre s’criar.

Repentemente el’idéia m'vem, põe a cara, dá-m'um sorriso. Corro dar-lh'o braço da virgem folha desescrita. Mas antes ela s’escafed’em alados galopes, escapolenta ao ar, com'uma pipandorga viva, sem rabo.

Tent'o domínio, busc'o rumo, suo; a cada mais linh’esticada dada naquel’idéia, s’afasta ela arredia em aos mais altos. E fica lááá, balançando, aleatória com’uma folha de chicória rajada d’vento, ou o olhar d’um pardal em primo voo matinal.

E nada! Aquele pensamento lááá longe, mirand’a gent’eu, rindo e voltando e indo atrás, d’nuvens. D’mim. D’eu.

Impaciente c’a idéia ind’embora descriada, s’recolho a linha o tudo dela pensad’idéia, vai-vem maior ficando, crescentã, qual bolo de fermento em dobradose, transbordand’a forma. A olhos! ¿E s'não recolho?¿¿...

Aí, desesperado c’a imensidão célica aproximada e o temponteirando, com medos, comenos, redou linha àquela quimera. E a pipandorga del'aqui sob, sobe, sobre, some, e vai s’esconder d’novo e pequenina, lááá perto do abobadado azul – cor que láá não é nem está, eu sei. – onde pássaros só vagueiam os sobvagos, e muito benhembaixos.

E ’travez cá embaixo a gent’eu m’sentindo d’novo o nada co’nada dentro de nenhum novo, encostado no qu’não existe.

!Os luares dos lugares m’agradam mais!, em cheias.

Mazé nos breus d’noite, madrugad’afora adentro, que os lampejos meus comigo ficam, desvoados, assentados ramamentes. Percebo qu’é assim, qu'são assim, porque em escuros dessabem eles pr’onde ir seus voos, por isso ficam-m'.


É justo ness’oras escuras que os recolho feito folhas de repolho, e daí vou, em pretas letras e brancas folhas, da água pro vinho... do vinho pro milagre, quimicando, costurand’o capturado ideado.



Madrugada dessas sonhei cũa onça pintada m'vindo sorrind'as presas, apressada em decerto concreto corredor. Mal chegou-m', e eu... Ih!, nem mais a vi. Foi despior...


¿Salada? Qu’nada! É só um’idéia do céu meu, apanhada, como s'cata castanha, sem vara, com art'manha, cá caída...

Enfim, em mim por mim,
dou a cois’ideada por acabada,
e por comid'a castanha e esmaecid'a onça,
qu'disso, d'onças, sinceronçamente
não entendo nada. ...d'bois sim!



crônica: by josé roberto balestra
fotografia da onça: by Haroldo Palo Júnior
demais imagens: by WEB

3 comentários:

  1. Recônditas na alma, as letras aparecem, encantadas, junto ao cálice.
    A Lua faz chacoalhar as águas da Terra, e, no sonho, surgem sorrateiras as pintas da onça, que embora sendo fera, deixa ir o sonhador, porque seu sangue é de poeta.
    Paz e Alegria!

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  2. Ah, que coisa mais encantadora.Terna e encantadora, existe isto no mundo ainda?

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