

Muito já se falou, estudou e escreveu acerca da genialidade (absoluta, friso eu.) de Guimarães Rosa. Que me perdoem os que me divirjam, mas ROSA é o Autor-Mor deste Brasil, um dos cem autores da história da literatura mundial!
Como manancial literário que é, muitas águas das veredas lingüísticas que a nós brasileiros legou Rosa, todas sombreadas e orladas de buritis, ainda haverão de dar de beber àqueles que não tem medo de adentrar a um “Grande sertão: veredas”, os que tem perene sede de saber, de escavar o mais fundo das rochas lingüísticas para achar enfim os veios misteriosos da nossa língua, tão somente para encontrar quiçá uma palavra enterrada, um termo virgem,e como ela deleitar o próprio espírito.
João Guimarães Rosa, sempre foi muito religioso, católico de fé devotada, “muito bebeu” também em outras religiões. Particularmente tenho que sobre Rosa pairava uma aura mística. Não era ele um cidadão comum, que para este Plano viera apenas por vir. Era mais que isso.
Por isso, a seguir, inda que de modo empírico, descompromissado, já que sou apenas um “autodidata” na linguagem dos números, aos quais dou especial observação vida afora, encontrei algumas confluências numéricas quanto a Rosa. Meras curiosidades podem ser, porém, a mim são no mínimo intrigantes. Repare-se:
- Curiosidade 1, numérica: Rosa nasceu a 27.06.1908
(27.06 = 09+06=15=6) (1908=10+08=18=9)
Posto o número seis sobre o nove, temos o símbolo de câncer no zodíaco, signo de João Guimarães Rosa;

- Curiosidade 3, numérica: Rosa morreu a 19.11.1967
(19.11=1+9+1+1=12=3) (1967=1+9+6+7=23=5) 5+3=8 (infinito de Rosa)
Afora estas meras curiosidades minhas, criou-se um verdadeiro (e injusto!) estigma contra a leitura de Rosa nas escolas. Entre os próprios mestres, mormente os de primeiro e segundo graus (quiçá de terceiro), ainda há uma maioria que jamais leu GUIMARÃES ROSA por absoluto medo de seus parágrafos. Há até os que dizem que leram sem terem lido; leram "por ouvir dizer"... Não sabem eles o quanto culturalmente se está perdendo com isso.
Particularmente, das onze OBRAS DE ARTE que Rosa escreveu, faltam-me apenas três para ler, as quais ainda não conseguir adquirir: Magma, Estas estórias e Ave Palavra. Detalhe: GS:V já li integralmente três vezes (e nunca paro de lê-lo!). Tenho três volumes. Um é relíquia, 2ª ed., de 1958, guardado a sete chaves, e os demais uso para minhas pesquisas.
Àqueles que ainda não leram GS:V, trago aqui duas pertinentes advertências. Apenas uma é minha, a primeira:
1ª) não se
2ª) em 1957, um ano após o lançamento de GS:V, já avisava AFONSO ARINOS DE MELO FRANCO:
“Cuidado com este livro, pois Grande Sertão: Veredas é como certos casarões velhos, certas igrejas cheias de sombras. No princípio a gente entra e não vê nada. Só contornos difusos, movimentos indecisos, planos atormentados. Mas aos poucos, não é luz nova que chega; é a visão que se habitua. E, com ela, a compreensão admirativa. O imprudente ou sai logo, e perde o que não viu, ou resmunga contra a escuridão, pragueja, dá rabanadas e pontapés. Então arrisca-se chocar inadvertidamente contra coisas que, depois, identificará como muito belas.”
Repito, quanta falta faz JGR para a nossa literatura, e para o mundo...
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