“QUANDO AS SOMBRAS AMEAÇAM O CAMINHO, A LUZ É MAIS PRECIOSA E MAIS PURA."

(Espírito Emmanuel, in "Paulo e Estêvão", romance por ele ditado a Chico Xavier)

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

DOCES IMAGENS D'OUTRORA


Tinha quase nove anos. Estava morando na Rua Souza Naves, quas’esquina com a Salgado Filho, em Paranavaí. Em frente ao prédio que hoje é o “Positivo”, e que outrora fora o meu memorável Externato Nísia Floresta das primeiras letras, depois Mini-Ginásio Luther King.

Para ali chegara vindo da Rua Pará, também quas’esquina com a Manoel Ribas, meu segundo endereço – cuja casa meu pai Sontonho vendera para um dos Del Grossi; creio que para o Alcides – já que meu primeiro endereço, o de nascimento, fora na Avenida Paraná, na então Padaria Santa Terezinha fundada por meus pais. Era em frente ao histórico “Ponto Azul”, que tantos pioneiros recebera e outros tantos vira partir nas cansadas jardineiras, desiludidos. O Ponto Azul ficava na confluência da Manoel Ribas com a Guaporé e a Paraná.

Um domingo. Era. Perto das três da tarde os bancos de areão formados pelas enxurradas que desciam pela Rio Grande do Norte e paravam, ora no cruzamento com a Souza Naves, ora no da Paraíba, não estavam pra brincadeira. Além de dar pra esquentar marmita, também encalhavam as rodas de qualquer caminhãozinho Chevrolet Brasil e d’outros automóveis, mesmo com motoristas experientes. Se fazia implacável com as solas de pés descalços; belas bolhas d’água resultavam.

Até em chão duro o arenito não se fazia diferente àquela hora, exceto pro marimbondo-cavalo que nem assim deixava escapar uma aranhazinha vacilante qualquer andando em datas vazias.

Não se falava em sandálias japonesas; a gente usava mesmo eram botinas, das feitas à mão e a capricho por meu vizinho seo Zé Sapateiro, em sua “Selaria e Sapataria São José”, ali ao lado do extinto Palace Hotel que por muitos anos foi “casa” do Maestro Carlos Cagnani, meu primeiro professor de teoria musical.

Ainda ouço-lhe a voz forte e o eterno sotaque italiano, pausado, numa sala de aulas do Colégio Estadual, levantando o dedo indicador:

– A pauta tem ciinco linhas e... cuátro espaços!!

Na inocência d’um moleque de quase nove anos daqueles tempos, como muitos outros da cidade, eu soubera que naquela tarde não haveria matinê no Cine Paranavaí; no centro da cidade, num ponto mais alto da mesma Rua Manoel Ribas, lá pros lados da casa onde eu morara na Rua Pará, haveria uma festa. Estariam lá as mais altas autoridades da cidade; o prefeito Doutor Messias, o juiz Sinval Reis, e o frei carmelita Ulrico Goevert, que foi quem me batizou e crismou.

Fui pra lá também! Pequeno em meio à multidão já àquela hora à sombra do “predião” cheio de losangos coloridos na fachada, de vez em quando eu ficava na ponta dos pés pra ver o que estava acontecendo. Queria ver e ouvir a bênção do Frei Ulrico, o prefeito falar...

Aquela era a tarde do domingo, 27 de janeiro de 1961, e a multidãozinha fazia silêncio razoável. Frei Ulrico abençoou o “predião” bonito e, em seguida, o prefeito Doutor Messias cortou sua fita inaugural, fazendo brotar palmas efusivas da multidãozinha que, como eu, assistia inocente àquele momento paranavaiense, sequer imaginando-o histórico: estava inaugurado o CINE OURO BRANCO!

CINE OURO BRANCO, que no dia de hoje faria 51 anos, é uma cena inesquecível do filme de minha vida. Guardo-a protegida na velha lata das belas recordações e dos encantos das tantas alegrias juvenis que naquele espaço vivi até 1973, ano em que o roteiro da vida soprou-me para outras sequências em outros rincões do país.

Por isso, parabéns “meu velho amigo” Cine Ouro Branco! Seu filme ainda está em cartaz...comigo!

Arrancaram as negras pastilhas que lhe adornavam as colunas de entrada, os losangos coloridos da fachada alta, os lambris envernizados, o carpete vermelho da escadaria, consumiram com as poltronas macias de sua sala de projeção, suas luminárias coloridas que mais me lembravam grandes sorvetes de limão, de groselha e de hortelã.

Desfiaram o alvo pano de sua tela e das longas cortinas, desmontaram-lhe as madeiras do palco em que pisaram tantos artistas e grupos musicais, apagaram para sempre seus projetores, destruíram seu corpo enfim, mas não as lembranças daqueles meus instantes de doces alegrias ali - como as que recebi no balcão de sua bombonière -, que sem saber você ainda projeta em minha memória, em meu coração... 


Imagem: by acervo pessoal de osvaldo del grossi

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

SÃO SEBASTIÃO E A FÉ DUMA CIDADE


Hoje é dia de SÃO SEBASTIÃO
padroeiro de Paranavaí
meu torrão natal... 







A  DE UMA CIDADE EM TRÊS TEMPOS:

 Capela São Sebastião (1951)




Igreja São Sebastião (1952)




Igreja Matriz de São Sebastião (atual) 


... que a cristã que outrora uniu os homens e mulheres de boa vontade 
de Paranavaí para pedirem a SÃO SEBASTIÃO proteção 
contra a força de uma epidemia, 
e para construírem novos templos dignos de seu nome, 
se renove agora mais fortemente para interceder junto ao Santo Padroeiro pela célere instalação da Clínica Oncológica local, 
renovando, enfim, as esperanças e os sonhos dos que sofrem
desse mal moderno, o câncer, na cidade e região...    




Imagem 1: by web
Imagens 2 a 4: by Wilmar Santin