Sombrio. Lendo-o, um amigo disse ser decerto text'obscuro.
Abstrato, diria eu, separado, levado por força.
Abstrato, diria eu, separado, levado por força.
Mas para que a paz sej’estivess'e fosse, absoluto, pleno essencial, absorto propuz:
– Digamos então... obscrato!
Ele: – “Não! Não vale o que não é ainda. Mas que tal... absturo então!”
– “Ora, sem destoar!” - respondi.
– Digamos então... obscrato!
Ele: – “Não! Não vale o que não é ainda. Mas que tal... absturo então!”
– “Ora, sem destoar!” - respondi.
Por fim desporfiando-nos, perfilhamos:
– “Mesmo. O texto er’obscuro com’o debaixo do pires d’toco d’vel’acesa em noturno quarto.” – ele diz.
– “Mesmo. O texto er’obscuro com’o debaixo do pires d’toco d’vel’acesa em noturno quarto.” – ele diz.
E, seqüente eu: – “...entanto sua fumaç’ali abstratav’a obscuridão...”
– Tire o rato! - diss’ele.
Vim: – “...Que tal o toco?”
– “O quarto!” - ripostou ele.
Vim: – “...Que tal o toco?”
– “O quarto!” - ripostou ele.
Quando vimos o dia já era... Outro!
Deixando o pires e o toco d’vela empós, saímos daquel’escuro sombrio sem brilho, desluz. Com brio, cada.
– “Ufa! A paz... obscur’abstrata.” – disse eu, indo-nos.
E ele: – “É. ...Zé!?”
Eu: – “O que é?”
– “O que é é o que é!! E quem vai dizer que não é? Pronto! Isto é que é obscuro...” - ele cadeadou.
– “’Tá bom. Mas você agora foi abstrato...”
E ele: – “É. ...Zé!?”
Eu: – “O que é?”
– “O que é é o que é!! E quem vai dizer que não é? Pronto! Isto é que é obscuro...” - ele cadeadou.
– “’Tá bom. Mas você agora foi abstrato...”
Entramos em padaria. Abstratos pedimos: leite no prato e café em pires.
A mocinha jamba e batom trouxe: fatias de queijo minas em pratos e cafés em xícaras piradas embaixo. Tomamos.
...enfiamos a viola no saco e derretemos ru’afora.
A mocinha jamba e batom trouxe: fatias de queijo minas em pratos e cafés em xícaras piradas embaixo. Tomamos.
...enfiamos a viola no saco e derretemos ru’afora.
– “..........................................” – pausamos enquant’andamos.
Apartando-nos ele disse derradeiro, jáindo: - "Viu como a vida é concreta, Zé? ’Té a mocinha da padaria sabe.”
... o chão escafedeu-me os sobpés, sobrenuvens.
Eu: - "E não é?!..."
Vi mais ninguém comigo; abstratou-me o amig'obscuro...
Imagem: by alexander queiroz
Caro Balestra, escrevendo desse modo, você me tira desse inferno astral movimentado do século XXI e me conduz para idos tempos machadianos/guimarenses, que aliás, nesse momento, o tempo para e você respira um pouco de original que essa vida marvada nos oferece...
ResponderExcluirForma diferente de escrever. Original. Gostei. Grande abraço.
ResponderExcluirBalestra...Bom final de semana !!!
ResponderExcluirE.T. Dê um abraço na moça da padaria...
Querido Balestra:
ResponderExcluirComo disse o Davidpai, garta por ter me levado para fora da mesquinharia deste século!
abraços saudade!
Marta
OLÁ, BELO TEXTO DIFERENTE, MAS BELO...!
ResponderExcluirVOTOS DE UMA FELIZ SEMANA, UM ABRAÇO
FERNANDINHA
Bela prosa, querido Balestra. Fico feliz que finalmente voltou à blog-atividade. A vida, no escuro revelador, é abstrata. No entanto, na claridão amarelecida num balcão de padaria, o concreto sempre insiste em gritar! Somos poucos, os abstratos, mas somos intensos! Abração amigo!
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