ELES VENCERAM
Apurados os
votos e encerrada a sétima eleição presidencial brasileira, vimos que o certame
foi singularmente alimentado por toda sorte de situações inusitadas; a tragédia
com o jovem esperançoso candidato Eduardo Campos em plena campanha, com a óbvia
assunção do posto na chapa pela candidata a vice, Marina Silva.
Presenciamos a
combatividade raivosa extraída da velha cartilha petista que dita aos seus
“alunos” a habilidade de desconstruir imagem e história pessoal de quem lhes dê
oposição, bem aos moldes das orientações recolhidas das ditaduras que ainda
sobrevivem na América Latina à custa da pobreza material e da desinformação dos
povos, espelhados num castro-comunismo aparentemente já em fim de linha porque hoje
adepto do capitalismo.
Em verdade a
implementação do comunismo na América Latina está sendo dissimuladamente semeada
entre nós desde algum tempo e tem por berço o “Foro de São Paulo”, de onde seus
membros recebem as ordens do regime dos irmãos Castro para submeterem toda a AL
aos caprichos de uma elite comunista afeita ao terrorismo, ao narcotráfico, ao
criminoso revisionismo histórico e jurídico, com as farsas do indigenismo, da
teologia da libertação, do ambientalismo e das teses racistas do movimento
negro.
Tivemos durante
este certame presidencial pesquisas quase que diárias de intenção de votos do
eleitor sendo divulgadas por conhecidos institutos como o IBOPE e o DATA FOLHA,
demonstrando - por estimativa - situações inacreditáveis que corou até mesmo os
beneficiados, quanto mais os prejudicados. Todos sabem o quão as pesquisas
influenciam o eleitor menos informado, levando-o a votar no candidato em melhor
posição percentual na amostragem.
Presenciamos ministros
do TSE, muitos deles conduzidos ao cargo de seus respectivos tribunais
superiores por indicação política do atual governo reeleito - alguns até
recentemente advogados contratados pelo partido situacionista. Deram eles a
textos legais construções interpretativas francamente inclinadas que alteraram a
regra do jogo em pleno transcorrer da partida, causando perplexidade entre alguns
de seus pares e também no meio jurídico nacional.
Enfim, a voz
das urnas se fez ouvir: após 99,99% das urnas apuradas pelo TSE, por uma
diferença de 3.458.891 votos, equivalente a 3,27% do total de votos válidos
[Dilma: 54.499.901 - Aécio: 51.040.010], a maioria do povo brasileiro preferiu
manter o atual governo no poder. E se assim o fez é porque esta multidão de
eleitores o aprova como está. Isto agora é fato, e não adianta querer alterá-lo,
porque foi resultado do exercício, bom ou mal, da democracia, o que saberemos
apenas em porvindouro futuro.
Enquanto
advogado, sempre entendi que o fato de perder disputa na vida ou de tese em
processo judicial, mesmo diante da força arbitrária do poder, são situações que
não me fazem menor e nem me impõem arrependimento ou renúncia aos meus nossos
ideais de amor à verdade e à liberdade, minha e de meu próximo. Muito ao
contrário; dão-me ânimo novo. Nenhum progresso, individual ou coletivo, pode
fugir a essas situações. Quem delas se divorcia hora ou outra terá de haver-se
com a Justiça Criminal e seus duros Códigos.
O exercício da
virtude por quem se dispõe a viver pelo bem, em especial o bem-comum, é e
sempre será entremeado por sorrisos e lágrimas brotados do sentimento de
dignidade festejada ou ferida, já que o fato de hoje será história amanhã, e
ninguém mudará os fatos da história por maiores ou menores que sejam,
excetuadas a mentira e a falsidade, que em regra são construídas sob interesses
egoístas de quem delas se serve, mas que justamente por isso termina sucumbindo
mais cedo ou mais tarde; o caso “Mensalão”, perpetrado nos interesses do
partido do governo reeleito, foi um exemplo do que ora falo, mas que não parece
ter resolvido parar nisso, eis que agora nos chega ao conhecimento o
“Petrolão”, nova arquitetura criminosa contra os interesses do País, engendrado
por quadrilha composta também por membros deste mesmo governo reeleito.
Aguardemos a Justiça Federal dar seu veredicto, assim como aguardaremos a
decisão judicial estadual do tão alardeado caso do aeroporto da cidade de
Cláudio (MG).
As águas das
nascentes de um riacho não choram por aquelas que já se foram para o mar,
porque destas é que resultará esculpido o leito por onde as mais novas haverão de
seguir sem se preocupar com as pedras do caminho. Todavia, embora respeitemos o
resultado das urnas, pelo mesmo diapasão não podemos perder a capacidade e o sentimento
de indignação com que vimos ser construído o resultado desta reeleição,
notadamente no segundo turno, claramente levada a termo pela candidata oficial sobre
argumentos nada recomendáveis pela boa moral e o Direito.
Digo isto
porque, para o brasileiro que se disciplinou a assistir a todos os debates
entre os candidatos, ficou evidente que a agressividade da qual a reeleita
tanto reclamou na mídia e em seus programas do horário eleitoral nada mais foi
que o resultado do exercício de defesa de sua dignidade por parte do candidato
que lhe dava oposição neste segundo turno; cumpria ele, assim, um fenômeno
natural descrito pelo físico Newton em sua Terceira Lei :
a toda ação corresponde a uma reação, de mesmo módulo, mesma direção e de
sentido oposto.
Enfim, se a boa
lâmina de aço é feita sob a agonia da forja, da deformação da estrutura inicial
do metal sobre a bigorna pela ação enérgica do martelo do ferreiro e do calor
do fogo, LOGO, com a reeleição ficou claro que por semelhante processo ainda
deverá passar a maioria de nosso povo brasileiro durante os próximos quatro
anos de exercício democrático e de cidadania, para que ao final desse período aprenda
- ainda que tardiamente - a lição pelo equívoco e o desleixo cometidos diante
da única oportunidade que tivera de rever seu destino pelo voto consciente, em
especial diante de tantas denúncias e evidências de crimes contra nossa pátria
por esse mesmo governo agora reeleito.
Ao final de
99,99% das urnas apuradas pelo TSE, tivemos 5.219.592 (4,63%) eleitores que
votaram nulo; 1.921.812 (1,71%) que votaram em branco; e dos que construíram o
maior contingente de abstenção até
hoje já registrado, num total de 30.137.165
eleitores (21,10%), número este que
é muito superior ao de votos válidos somados dos estados do Paraná (6.173.765)
e de São Paulo (23.784.672) nesta eleição presidencial. Uma das muitas causas dessa
abstenção atribuo à novidade da falha da aferição biométrica, uma solução técnica
“modernosa”, encontrada pelos tribunais eleitorais para um problema que não
existia nem existe; as urnas eletrônicas até agora tem se demonstrado seguras
de fato.
Estes números
não só nos dão um retrato fiel da dimensão do que foi o voto pela reeleição
neste segundo turno, como também a certeza de que essa maioria dos eleitores dos
votos válidos dados à candidatura oficial, de nulos, brancos e dos que deixaram
de comparecer para votação, estava chocando os “ovos da serpente” e nem
desconfiava disso. O tempo dirá se estou errado. Quem viver verá se agora de fato... ELES
VENCERAM!
*Zé Roberto Balestra é paranavaiense, advogado em
Maringá (PR), escritor amador, blogueiro, músico, e Supervisor de Conteúdo do Blog do Joaquim de Paula, de Paranavaí
(PR).
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