“QUANDO AS SOMBRAS AMEAÇAM O CAMINHO, A LUZ É MAIS PRECIOSA E MAIS PURA."

(Espírito Emmanuel, in "Paulo e Estêvão", romance por ele ditado a Chico Xavier)

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domingo, 8 de agosto de 2010

VERSOS QUE CANTEI PARA MEU PAI, SONTONHO




"AO MEU PAI, O FAZEDOR DE PÃES E HOMEM"

Pai, teus ouvidos te enganam, e os olhos também.
Teus joelhos doloridos, te incomodam eu sei.
Trazem as marcas de um tempo sofrido
e de glórias também. Oh, meu pai.


Pai, desculpe os acordes mal escolhidos,
desta canção que eu fiz pra você,
Pra lembrar nossos bons tempos vividos,
E os problemas esquecer.

Te lembro atrás do velho balcão, vendendo de tudo, e até o pão,
que você fazia para as bocas dignas, ou não, ou não?
Onde estará nossa freguesia, que eu sei, fazia tua alegria.
No balcão jogar conversa fora e baralho
Te dava mais prazer naquele trabalho.

Hoje, trago boas lembranças daquele meu tempo de criança.
Me vejo traquina e levado. Por vezes, eu sei, te deixei zangado
Pelas bagunças na escola ou de secar no forno e queimar os seus sapatos.

Pai, lembra meu olhar de felicidade, quando eu vendia os pães na cidade?
Pra mim era duro o frio das manhãs, mas foi uma lição que me ajudou
A formar o homem-menino que pra você ainda hoje eu sou.
Quando lembro daquilo aumenta em mim o amor e o orgulho por você, meu pai!

Pai, você que só cursou a escola da vida, e se acha caipira
Já mostrou que é um diplomado, vivendo sua velhice sossegado.
Pai, das coisas que aprendi com você, uma eu sei, não vou esquecer
Que ser pobre não é defeito; o importante é ser direito.




Comentário: já publicados no blog que perdi ano passado, estes são versos d’uma canção que em 1999 escrevi para o meu pai, Antonio Balestra, o padeiro “Sontonho”, como eu o chamava carinhosamente.

Aí na fotografia, tirada em 1977 na Transamazônica onde moramos: eu, papai, e meu filho Keith Angel.

Desde 03.08.2007 Sontonho s’Encantou. Mas ainda está aqui comigo, NESTE SEU DIA...

Imagem 2: by web