“QUANDO AS SOMBRAS AMEAÇAM O CAMINHO, A LUZ É MAIS PRECIOSA E MAIS PURA."

(Espírito Emmanuel, in "Paulo e Estêvão", romance por ele ditado a Chico Xavier)

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quinta-feira, 3 de março de 2011

ARACY GUIMARÃES ROSA, uma alma Iluminada


Deixou este Plano hoje, em São Paulo, aos 102 anos de idade, ARACY MOEBIUS DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA, segunda mulher de João Guimarães Rosa, com quem o Escritor-Mor vivera de 1938 até seu desencarne a 19 de novembro de 1967. Seu corpo foi cremado também hoje, no Crematório Horto da Paz (Itapecerica da Serra - SP).

Ara - como João carinhosamente a chamava - era paranaense de Rio Negro, nascida a 20 de abril de 1908, e falava português, inglês, francês e alemão.

Em 08 de julho de 1982 Aracy foi homenageada com seu nome gravado no Museu do Holocausto (Yad Vashem) (“Jardim dos Justos entre as Nações”), em Israel, por ter ajudado durante a Segunda Guerra muitos judeus a entrarem ilegalmente no Brasil do Governo Vargas, na vigência da “Circular Secreta 1.127”, de 1938, que lhes proibia aqui a entrada. Semelhante homenagem Aracy receberia também no Museu do Holocausto de Washington (EUA).

Dentre as famílias que ajudou a escapar do holocausto alemão está a de Maria Margareth Bertel Levy, com quem, voltando ao Brasil, Aracy fizera uma amizade muito forte
que eu particularmente entendo como claramente espiritual: contam os familiares que bastava uma delas ficar doente que a outra logo adoecia.

Em 2003, morando em endereços diferentes, cada uma caiu em sua casa.

No dia 21 de fevereiro deste ano a amiga Maria Margareth desencarnou. Três dias depois, Aracy - que há anos padecia do Mal de Alzheimer, e por isso não sabia do fato ocorrido com a amiga – teve agravado seu estado de saúde e foi internada, vindo a desencarnar também. Pergunto: - alguma dúvida acerca da espiritualidade de que falei antes?

Entrevista emocionante com a Aracy francamente espiritualizada pode ser lida
aqui, no Jornal da Tarde, de 1968, um ano após a Partida de João Guimarães Rosa.

Aracy teve uma grande glória: foi imortalizada na literatura brasileira por Guimarães Rosa ao DAR-LHE o livro "Grande Sertão: Veredas" (1956):

"A Aracy, minha mulher, Ara
pertence este livro".

Por isso todos os direitos autorais de “Grande Sertão: Veredas” lhe pertenciam, fato reconhecido pelo Judiciário em litígio que lhe travaram as filhas do primeiro casamento do Autor-Mor, Vilma Guimarães Rosa e Agnes Guimarães Rosa do Amaral.

A História haverá de fazer JUSTIÇA à pessoa humana da iluminada alma paranaense que foi ARACY MOEBIUS DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA, uma mulher cosmopolita!


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