“QUANDO AS SOMBRAS AMEAÇAM O CAMINHO, A LUZ É MAIS PRECIOSA E MAIS PURA."

(Espírito Emmanuel, in "Paulo e Estêvão", romance por ele ditado a Chico Xavier)

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

OS ALGOZES DA ONCOLOGIA




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Em 2012 continua em cartaz:
“OS ALGOZES DA ONCOLOGIA”

Às vésperas do Natal meu torrão natal recebeu - em plena semana de seu aniversário - um belo “presente” da ouvidoria do Estado ao meu colega de ofício, Doutor Waldur Trentini, embalado em ordinário papel de pão...

O show “Os Algozes Oncológicos”, em (des-)cartaz em Paranavaí há tantos anos, seguirá no próximo anos sendo protagonizado por atores com mandato e burocratas travestidos em assistentes de produção, com a mediocridade de sempre; pachorrentos, mesquinhamente vaidosos, com corações petrificados, isentos de essência.

Creem-na uma comédia das de picadeiro. Mas nada há de engraçado; é um drama, escrito com sangue, suor e o fim dos sonhos de dezenas de vidas de ignotos cidadãos comuns impotentes ao (des-)espetáculo compulsório. Aliás, como foi a história da fundação da cidade, sempre com muita violência e vidas perdidas.

Para os demais - os bem aquinhoado$ - há o bálsamo do Hospital Sírio Libanês em São Paulo, cuja equipe oncológica é dirigida pelo ilustre conterrâneo paranavaiense, Dr. Paulo Marcelo Hoff, certamente sabedor da “peça em cartaz” em Paranavaí.
   
Os atores a que me refiro tem a visão turvada e ouvidos moucos sujos até mesmo para a Constituição Federal que, sem necessidade de interpretação, é objetiva em seu artigo 6º quando ao DIREITO À SAÚDE, à ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS, ao respeito À DIGNIDADE. Tudo isso letra morta para os tais atores da horrenda peça.

Agora fico indignado ao ver que, a modo de justificar o eternizado atraso na apreciação de tão séria e inafastável questão, A ONCOLOGIA PÚBLICA, a ouvidoria estadual da saúde vem com a arenga pífia e vaga de que “O PARANÁ ESTA PASSANDO POR UM MOMENTO DE REAVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ONCOLOGIA.”

Ora, tenham a paciência! Câncer não espera “reavaliação” por barnabés, sobretudo  dos modorrentos dos governos estadual e federal! O bom e responsável administrador não aceita que um serviço público de saúde como é a oncologia seja obstado por burocracia.

Vivemos sob um ordenamento legal, é claro. Porém nem por isso se pode esquecer que a vida tem primazia. Afinal, qual o papel dos burocratas e dos políticos com mandatos, senão que a estes, além das proposições, também cabe o dever de exigirem resultados àqueles?

Infelizmente virou regra tupiniquim; à falta de vontade política para certa questão, se criam cortinas de fumaça consubstanciadas em comissões, “grupos” técnicos, etc.

É exatamente isso que “leio” - em parte - na mal escrita nota de resposta ao Doutor Waldur:

“ A HABILITAÇÃO DO SERVIÇO DE ONCOLOGIA EM PARANAVAÍ ESTAVA EM NOME DO HOSPITAL REGIONAL DO NOROESTE, SENDO QUE A ORIENTAÇÃO (¿¿¿??!!!) É PARA QUE O NOVO PROCESSO SEJA INSTRUÍDO EM NOME DO HOSPITAL SANTA CASA DE PARANAVAÍ, APÓS A DEFINIÇÃO DAS NOVAS DIRETRIZES DA ATENÇÃO Á ONCOLOGIA PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE.”

Então indago aos tais atores e à “produção” dessa maldita “peça”:

1)- por qual razão o pedido de habilitação para oncologia corria junto aos órgãos do governo em nome do HOSPITAL REGIONAL DO NOROESTE, inaugurado em 2006, enquanto que a Clínica Oncológica privada na cidade, PRONTINHA-DA-SILVA também há (menos) anos, tem o mesmo pedido de habilitação em trâmite nos ditos órgãos estatais?

Isso me leva a deduzir que, estando “sepultado” o HRN quanto à especialidade em oncologia, foi com o advento da Clínica Oncológica da Dra. Gabriela Josepetti na cidade  que algum cotovelo lobista se esquentou demais, a ponto de partir para o confronto velado. Ou não? 

Ora, vejam: com um simples convênio o erário pode evitar o dispêndio de parte dos R$7 ou R$8 milhões – afirmados pelo Secretário de Saúde, segundo o DN de 11.12.11 - em investimentos de equipamentos para o outro elefante branco da cidade, o HOSPITAL NOROESTE, de 1990, na medida em que equipamentos para ONCOLOGIA já estão disponíveis na esfera privada. Afinal, é público que o atual governo estadual tem manifestado intenções em terceirizar os serviços de saúde no Estado. Estou errado?

2)- De qual dos “atores” partiu a tal “ORIENTAÇÃO” para que se mude o processo, começando nova via sacra procedimental em detrimento dos pacientes oncológicos da cidade e região, para que se habilite agora a SANTA CASA em oncologia, quando esta é uma ENTIDADE BENEFICENTE E SEM FINS LUCRATIVOS, e consabidamente sua administração – segundo a ampla imprensa da cidade e região – também vive de joelhos e pires na mão junto aos governos, clamando por falta de verbas?

Some-se a este fato a recém aventada incorporação do Hospital Regional e do Hospital Noroeste – este por um ano, sob contrato, um empreendimento privado que reclamará mais de R$6 ou R$7 milhões para sua obra física ser concluída, e que tem entre os seus maiores investidores a primeira dama – pela Santa Casa. Tudo isso está me parecendo megalômano demais para o caso de uma cidade cujos homens públicos com mandatos sequer conseguem resolver um entrave burocrático de habilitação oncológica...

Enfim, nessas perguntas (ainda) sem respostas, reside o meu ceticismo em relação à administração pública, certo de que, de fato, ela É E SEMPRE SERÁ ineficiente, porque gerida por efêmeros atores, incompetentes e insensíveis nem mesmo diante do padecimento físico dos de seu povo, que os mantém em seus dourados pedestais, mesmo ante contraprestações diminutas, fatos que sempre me lembram o final do filme “Paixão de Cristo”; o tempo passa, mas nunca muda. O manso de espírito termina sempre crucificado.  


* Artigo aqui publicado posteriormente em função da perda de seu arquivo no Blog do Joaquim de Paula, na coluna deste blogueiro, onde lá fora publicado originalmente.  JRB