“QUANDO AS SOMBRAS AMEAÇAM O CAMINHO, A LUZ É MAIS PRECIOSA E MAIS PURA."

(Espírito Emmanuel, in "Paulo e Estêvão", romance por ele ditado a Chico Xavier)

Meus Amigos e blogAmigos!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Frasindo & Luzindo


"Gosto de escrever.


Escrever
é
uma
forma de

lutar
.
Uma forma
de
não adoecer,
de se por no mundo.

Ajuda-me a extravasar os demônios.”

domingo, 21 de março de 2010

OLHOS QU’INCOMODAM!




Nos últimos meses, durante o trabalho que estava realizando pelo CNJ, ouvi muitas lamúrias de colegas magistrados que se diziam indignados com as “interferências” que este órgão máximo da administração Judiciária estaria exercendo em suas funções judicantes.

O Conselho Nacional de Justiça é uma realidade e veio para ficar. A Sociedade esta(va) cansada de uma Justiça lenta e ineficaz. E o que este órgão tem buscado é tornar o Judiciário mais legítimo (consensus) e apto a realizar o trabalho que o povo dele espera e contará sempre com o meu apoio no que for constitucional.

Primeiramente, afirmo que todos somos servidores públicos e não somos donos de nada. O que a nós pertence é tão somente o fruto de nosso trabalho, conhecimento ou herança.

Segundo, que geralmente quem faz uso destes pronomes possessivos, são pessoas eivadas de vaidade, soberba e péssimos naquilo que fazem (profissionalmente).

Partindo da premissa de que devemos ter zelo pelas coisas que nos pertencem:

A) Como podem afirmar que os processos que tramitam em sua Vara são seus e estes ficam acumulando mofo nas prateleiras, por anos e anos, sem solução, sem uma decisão?

B) Como podem afirmar que a Vara judicial é sua, e o que encontramos são cartórios, desorganizados,
abandonados e sem gestão, contribuindo e muito para a demora da prestação jurisdicional.

C) Como podem afirmar que os presos/detentos ou reeducandos (eufemismo) são seus, se sabemos que o ser humano não é objeto de propriedade, e que as penitenciárias estão superlotadas, os benefícios penitenciários não são concedidos tempestivamente (ou nunca), que as instruções criminais duram anos quando deveriam no máximo alguns meses, levando o Brasil a possuir uma das 5 maiores populações carcerárias do Mundo e que mais de 50% destes presos, ainda não foram sequer condenados? Onde está o respeito ao Princípio da Presunção de Inocência e da Dignidade Humana?

Como juiz, sou titular de uma vara. Contudo, esta titularidade nada tem a ver com o instituto do Direito Civil da propriedade. Se, durante meus impedimentos ou afastamentos, outro for designado, não haverá solução de continuidade. Se sentenciarem um processo, está decidido. Se absolverem um acusado, está absolvido; se o tribunal implantar uma nova rotina de trabalho mais célere e profícua, está feito. Em nenhum momento devo ser consultado se concordo ou não (penso assim). Pois não sou dono de nada que não me pertence ou que seja público.

Agora, criticam o CNJ, as Corregedorias de Justiça ou qualquer pessoa ou grupo que tente buscar mudanças que tornariam melhor o serviço e a imagem da Justiça.

É o chamado MISONEÍSMO (aversão pelo novo), parente próximo da INCOMPETÊNCIA.

Como já falei em outro post, o que o Judiciário e todos os outros órgãos precisam é de pessoas compromissadas com o interesse público, de boa-vontade e menos corrupção e vaidades.




Imagens e texto: blog Consciência e Vontade by George Hamilton Lins Barroso, juiz estadual em Manaus (AM), e Juiz-Auxiliar do Conselho Nacional de Justiça - CNJ. Na imagem maior o Juiz George Lins visitava uma unidade prisional em Goiás.





sexta-feira, 5 de março de 2010

CAFÉ, QUEIJO, AMIG'OBSCUROS, E A MOÇA DA PADARIA








Sombrio. Lendo-o, um amigo disse ser decerto text'obscuro.
Abstrato, diria eu, separado, levado por força.
Mas para que a paz sej’estivess'e fosse, absoluto, pleno essencial, absorto propuz:
– Digamos então... obscrato!
Ele:
– “Não! Não vale o que não é ainda. Mas que tal... absturo então!”
– “Ora, sem destoar!” - respondi.

Por fim desporfiando-nos, perfilhamos:
– “Mesmo. O texto er’obscuro com’o debaixo do pires d’toco d’vel’acesa em noturno quarto.” – ele diz.
E, seqüente eu: – “...entanto sua fumaç’ali abstratav’a obscuridão...”
– Tire o rato! - diss’ele.
Vim: – “...Que tal o toco?”
– “O quarto!” - ripostou ele.

Quando vimos o dia já era... Outro!

Deixando o pires e o toco d’vela empós, saímos daquel’escuro sombrio sem brilho, desluz. Com brio, cada.
– “Ufa! A paz... obscur’abstrata.” – disse eu, indo-nos.

E ele: – “É. ...Zé!?
Eu: – “O que é?”
– “O que é é o que é!! E quem vai dizer que não é? Pronto! Isto é que é obscuro...” - ele cadeadou.
– “’Tá bom. Mas você agora foi abstrato...”


Entramos em padaria. Abstratos pedimos: leite no prato e café em pires.
A mocinha jamba e batom trouxe: fatias de queijo minas em pratos e cafés em xícaras piradas embaixo. Tomamos.
...enfiamos a viola no saco e derretemos ru’afora.

– “..........................................” – pausamos enquant’andamos.

Apartando-nos ele disse derradeiro, jáindo: - "Viu como a vida é concreta, Zé? ’Té a mocinha da padaria sabe.”

... o chão escafedeu-me os sobpés, sobrenuvens.
Eu: - "E não é?!..."

Vi mais ninguém comigo; abstratou-me o amig'obscuro...



Imagem: by alexander queiroz



quarta-feira, 3 de março de 2010

CADA UM CADA UM









"Combate à criminalidade é missão da Administração"


Sob o título "Cada macaco no seu galho", oito famosos advogados criminalistas assinam artigo na edição desta terça-feira do jornal "O Estado de S. Paulo" em que criticam a Ordem dos Advogados do Brasil por pedir a prisão e o bloqueio dos bens do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM).


Arnaldo Malheiros Filho, Eduardo P. Carnelós, José Carlos Dias, José Luis Oliveira Lima, José Roberto Batochio, Nilo Baptista, Paulo Sérgio Leite Fernandes e Técio Lins e Silva afirmam que:

"...é triste ver nossa Casa, por uns segundos na televisão, por louvaminhas generalizadas e aplauso fácil, deixar de honrar seu compromisso maior com a liberdade e violar a regra de impessoalidade, ao pedir a prisão de um cidadão determinado, lavrando em seara que não lhe compete, especialmente quando há tanto por fazer no que lhe cabe".

Para os criminalistas, enterrada a luta contra a ditadura, que uniu os advogados, "percebemos o quanto eram diferentes nossos sonhos e projetos para o Brasil".

Segundo os articulistas, o sucesso daquela batalha "levou alguns dirigentes da OAB à idéia de que seriam, à sua moda, investigadores e corregedores-gerais do Brasil".

"Passou a Ordem, em certas gestões, a querer se imiscuir em tudo, assumindo posições que não se podem dizer da maioria e, o que é pior, tomando partido sobre causas afetas ao Poder Judiciário, nas quais há inscritos seus de um lado e de outro".



Fonte: BLOG DO FRED in Folha on Line/Blogs da Folha
Frederico Vasconcelos, 64, nasceu em Olinda, Pernambuco. É formado em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco. Exerce a profissão desde 1967. Começou sua carreira em Recife, como repórter da sucursal Norte/Nordeste da revista "Manchete".

Imagem superior by WEB

terça-feira, 2 de março de 2010

DA FRUSTRAÇÃO DO "BLOGGEVENTO" À JUSTIÇA DAS CAVERNAS





Em janeiro recebi e-mails que os crera vírus. Em princípio não os respondi. Depois, à insistência dos autores, m’causaram espécie; uns com ar d’dissimulada consulta causídica, outros com gratuitas e públicas provocações a terceiro sem nenhum vínculo a mim. Todos citavam um bloggevento malogrado, e por isso bloggridicularizavam seu idealizador.

Nunca é tarde para respostas. Mesmo a anônimos (tenho-lhes as identificações), dos quais não discordo, contanto que – ao contrário de como agiram – não agridam terceiros ou ironizem-me, sob qualquer circunstância, com ou sem razão. No caso era e é
sem!

Vieram d’blogueiros que admiravelmente antes exaltavam a amizade, a humanidade, a solidariedade, entre outras virtudes. Todavia, um incômodo financeiro pessoal lhes deixou o mundo de cabeça pra baixo, tudo invertido. Pretendendo induzir-me a um partido no episódio, com rigidez e peso de bigorna, punham em pregos quem reputavam culpado. Faziam a “justiça das cavernas”, não obstante a evolução da espéci’umana!

Aliás, bem se diz por aí que, aparecesse JESUS hoje com igual e Iluminado discurso, de novo neste Plano iria à aflição dos pregos, vivinho-da-silva... Não duvido nada!

Só depois de muito bloggalardear(em) foi que ocorreu ao(s) desarrazoado(s) autor(es) buscar(em) orientação – pasme-se – bloggjurídica. Ora, diante da certeza moral, de direito e de justiça, de que a lei que me ampara contra um “inimigo” também deve assisti-lo contra mim, então três advertências (e não gratuitos conselhos) se me revelam pertinentes:

- a uma; se ao comerciante, pelo Código de Defesa do Consumidor, é vedado expor ao ridículo um seu cliente devedor, colando na parede interna da loja ou caixa um cheque devolvido, logo, a mesma via vale ao cliente insatisfeito com tal comerciante. E mais, se reclamada em Juízo, até por suposto culpado pelo débito ou por credor, a indenização por dano moral (e material, se provada!) pode ser pleiteada, independente de eventual condenação em pagar o débito;

- a duas; débitos não se exigem por blogs nem em delegacias de polícia. Quem quer receber dinheiro ou bem de direito, antes de gratuita confusão ou iniciativa emocional por conta de acordo amigável não obtido, vai direto ao JUDICIÁRIO, à Justiça comum, com custas iniciais, despesas processuais no trâmite, e advogado contratado, ou aos Juizados Especiais Cíveis, sem custas nem advogado se inferior o pedido ao equivalente a quarenta salários. Nessas instituições é que são ouvidas as partes, sobretudo o que tem a dizer o(s) réu(s)! Tudo polidamente.

- a três; mesmo blogueiro, o advogado segue profissional, sobrevive do seu ofício. Não se coloque água em óleo; são distintas coisas. Por isso, tratando-se o caso de aventado descumprimento contratual, não posso deixar de atribuir a “e-mails-consultas” de mais de 400km da sede de meu escritório, senão o de tergiversado abuso e desconsideração a mim. Ao derredor do(s) autor(es) havia (e há sempre) um(a) advogado(a) para lhe(s) atender melhor que eu. Não se despreze o valor e a força de um olhar.

Quem me conhece sabe o que penso sobre apego, materialismo, capitalismo e que-tais. Minha PAZ DE ESPÍRITO É (e não está!) acima disso! Todo ano doo – no MÍNIMO UM – atendimento de cabo-a-rabo num processo judicial, sem honorários. Porém para isso não abro mão da seleção pessoal! Amigo não explor’Amigo... Isto é um fato em minha vida!


Imagem: by web

segunda-feira, 1 de março de 2010

TRAZEND'O QUE S'ACHÔ...




mEuDITORIAL


(Pra onde meu vento sopra. ¿O que é que há do lado de lá?)


Dois meses, sem postagens. Caqui verde amarra. Lapso longo, sei, desde que vi este megafone em palheiro procurado sobolhos meus d’indignação a coisas que não m’compraziam! Aliás, tudo tem ínsita essência d’propósito. Há que s’saber lidar com olho d’rumo vindo d’boi bravo, árvore tombando e chiclete em sapato.

Mochilad’idéias na cabeça, varapau à mão, a blogcaminhada. No adiante das curv’escuras da viv’estrada, fui assomar vistas no d’lá mais alto d’onde as planícies s’humilham à vaidade dos morros. Testifiquei o júbilo pueril dos verdes, tomei entrededos finados colmos e palhas. Betei-me entre mortos tocos por raios. Papagaios!, vi quantos tantos! Ouvi chiar riachos e os demais caudais. O alto atrai zóios, mas dá tontura, estrada nova é sempre d’vigoroso colorido. Pernibambo, em confluência d’exatos indos trechos e horas, até pedras dizindicaram-me pontos d’sombras, frondes d’comprazimentos.

A blogjornada rendia. Diapósdia. Podia, eu ia: amigos fui’ncontrando. Uns somaram meu destraçado blogdestino – e ainda estão. Outros enveredaram sendas próprias, m’deixando esplêndidas marcas que nadanada delirá!

Outros uns viraram saudades, nem mais sinais tenho dos tais – o tempo é mesmo palha d’aço; vida, palhaço e picadeiro, tudo delonga e difere, aprecie-se maduro e com copos d'calma, melhor.

Mas à perda (sinistra) das postagens anteriores, bem no dia 29 de junho de 2009 – níver d’nascimento do meu Autor-Mor, J. G. Rosa, e dois dias antes do meu –, até hoje não m’conformei, coxeei. Ao mautor da tã desobra, q’destampei, dei meu’nânime impeachment (...tá na moda, né?).

Minh'Orientação Superior percebida: “...quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante tempo governando a idéia e o sentir da gente.” (JGR in GS:V)

Mesmo d’alma ferida, nunca desisti; não digo (nem direi) nem disse que. Masquei dias d’solidão d’ideal, cuspi: recriei o blog em 04.08.09. Buraco é monte d’cabeça pra baixo.

Diligente a quem vacinado contra parágrafos, a linha editorial aqui foi e é a da arte e da literatura d’aldeia nacional, da cultura lato sensu sem o tolo bairrismo, que sardinha viaja mundo, apesar d’baleias. O mundo não tem mão; só come o que se lhe dá. A gente é gralhazul.

Dessas dobras do fole na sanfona da vida que observi, por bimeses em estojo dormida, colhi: o amplo carece d’exíguos, assim como o mosaico é cor, pastilhas.

Portanto, perdurando o outrora desenhado, deitando a ordem íntima no d’lá dos balaústres deste bloggespaço – ...desimportam qu’enganos pairem; respeito blogtodomundo, mas ¿como deslembrar d’meu tão visável ofício? –, doravante, ressalva feita, TODOS os demais temas serão aqui constitucionalmente tratados, mesmo os com-febres. À compita nunca fui nem vou! Sol é ouro, nasce pra todos, só é preciso acordar d’manhã.

Sigo pra ond’estilo e vento m’sopram... ¿O que é que há do lado d’lá? Vamos ver’então?...

Imagem: by www.clubedecicloturismo.com.br