“QUANDO AS SOMBRAS AMEAÇAM O CAMINHO, A LUZ É MAIS PRECIOSA E MAIS PURA."

(Espírito Emmanuel, in "Paulo e Estêvão", romance por ele ditado a Chico Xavier)

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sábado, 12 de janeiro de 2013

E...

... ENTÃO?...


by JRB

Deveras difícil nos é, em certas ocasiões, despachar bocafora um NÃO! árido, daqueles na bucha e na lata!, n’é mesmo?

Venha d’alguém que goze de nossa amizade um pedido incomum afiançando contra nossa segurança material ou espiritual. Seja d’amigo, conhecido ou conhecida superficial, é momento tormentoso; embaraço de mosca presa em teia de aranha. Até mais, eu diria; instante e lugar ao qual agradeceríamos chegarmos cinco minutos após...

E aí, já enfiados naquele beco escuro, no afã de safar-nos de içar o elefante às costas, nos transmudamos em acrobata verbal. No pólo oposto os olhos do suplicante contam-nos a bamba corda em que se vê. 

Sendo porém hipótese e caso d’alguém inocente se ver tachado culpado d’alguma infração, é comum nesse acossamento o dito sacar - como duelo em faroeste americano -  um NÃO adormecido no coldre das próprias entranhas e, em seguida, verberar o ponto de mira com olhos de águia e argumento ruiano.

Na vida da humanidade o “NÃO” já foi agente de paz, de guerra, de perseguição, absolvições, separações e reatamentos e, sobretudo de fim em muitas amizades. 


Tenho dado reparo à engenhosidade d’algumas pessoas quando precisam expressar negação, inda que a simples convite; propenso a aceitá-lo, o convidado, se polido - lapuz não se ocupa de cortesias. -, diante de premência anterior, atrela-se velozmente à afabilidade, e aí lança a novel palavrinha mágica de fina autodefesa:

–Então?... 


Ato contínuo o bem formado espreme uma mão na outra, lavando-as a seco, coça no rosto uma comichão imaginária, e arremata o disfarce com um alinhar de cabelos entrededos; entretempo bastante para o exame das recíprocas expressões faciais. Confirmada a favorável, a explicação que de hábito se segue ao mago vocábulo apenas marca o tom, o tempo e o compasso musical para afofar o momento.


Assim, qual ginasta contorcionista, o convidado ou o solicitado, antes aflito como água sobre cabrito, vai passando ileso ao largo do adverbiozinho incomodativo - o NÃO! -, e sua spiritual peace volta a lhe governar, plena como um saco repleno de penas.


Ao final, confirmados venerados os apreços pessoais, ambos se vão serenamente, imaginando:

- ¿Como seria a vida do SIM sem o NÃO?        ... ENTÃO?...


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