“QUANDO AS SOMBRAS AMEAÇAM O CAMINHO, A LUZ É MAIS PRECIOSA E MAIS PURA."

(Espírito Emmanuel, in "Paulo e Estêvão", romance por ele ditado a Chico Xavier)

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domingo, 13 de dezembro de 2009

ENTRE O RASO E O PROFUNDO



Há certos assuntos ou lances que para muitos são rasos, para não dizer perto de reles mesmo. São os dos olhos que cuidam tão só do plano visível e do manifesto concreto. O demais adiante disso lhes são demasiosos, sobejos. E assim vão eles a trilha da vida toda vendo os claros vãos. Sinas suas; em vão vivem, acho. Ocos. Afinal, tem eles as suas razões; tudo lhes parece de escassa ou nenhuma relevância.

Quanto a mim, não posso nem consigo jamais concordar com isso, embora seja de se respeitar (tenho de), porém, o faço dentro de minhas reservas ora esclarecidas.

A afeição, o apego, a dedicação, a amizade, enfim, são sinônimas e variadas formas de um sentimento que todos temos; o AMOR. Quem sou eu pra dizer o contrário, não?! Não ousaria! Nunca!

Pois é. Mas há quem, com singular maestria, saiba aplicá-lo sem essa sinonímia, dar sentido especial a cada termo desses sem baralhar-lhes os fins, serem verdadeiramente exatos sem sucumbir a mais reles das ladeadas variantes. São os que sabem – prescindindo de qualquer signo – deixar marcado pra sempre no profundo da gente, sem ferro a frio ou a fogo, o nosso lado esquerdo, o indissipável sinal.

São os que, antes de nós, percebem sentidos que se nos esquivam, notadamente os espirituais. É que tem eles a incrível faculdade de tomarem conhecimento imediato de um sentimento nosso dentro do pleno de sua realidade, na exata hora em que se nos dá um anseio revoluteante; conseguem ver e sentir nossa felicidade e também nossas angústias, nossas saudades, nossas expiações e ansiedades.

Vendo-nos com esses sentimentos, são os únicos que de fato sabem entregar-nos o cálice do amor, do amor solidário, o amor de se só ter-nos por perto, de ver e ouvir nossa voz,
a mais pura forma de amor, a do amor abnegado, desinteressado de todo.

Carrego e sinto gravado em meu coração, como se a ferro a fogo, a marca do AMOR que por inesquecíveis anos tão gratuitamente deles recebi.

...depois do dia cinzento e de tanta chuva por aqui ontem, como eu gostaria neste domingo de sol de poder pelas ruas aqui do bairro dar um passeio com vocês meus velhos amigos tão rotweillers, Billy & Bob!


Bob, você era meio desajeitado, brutão nas nossas caminhadas, eu molhava a camisa, cansava-me a mão esquerda que tinha de estar sempre com luva emborrachada, mas eu lhe via o coração; você era, a seu modo eu sei, carinhoso comigo. Era elegante no trote, mas botava medo nos outros com seu olharzão fixo, viu?

Billy (à esquerda nas fotos), você talvez por ser mais novo, de outra geração, era mais jeitoso e fino nos passeios nossos passeios, não me cansava nada. Nem de luvas eu precisava. Você cumprimentava todo mundo quando eu lhe pedia. Até as crianças lhe abraçavam, e você sorria tão cãomente. Eu via, eu consegui ver isso. As mães das crianças ficavam naturalmente apreensivas, mas eu as acalmava.



...É, mas agora tudo são saudades, e terei de esperar até O DIA em que...

Billy & Bob, mesmo a despalavras, vocês alcançaram e ajudaram-me entre meus rasos e meus profundos!...

Por isso neste momento intuo-lhes os enigmas dos olhares de sorrisos que tantas vezes me deram.

Obrigado a vocês dois, de novo! Sempre o direi, enquanto...!!


Imagens: by arquivo pessoal josé roberto balestra