LIVRO DE SALÃO
by JRB
Quando vejo um livro
grosso
Penso no coração do
escritor
Escandindo capítulos
por versos
Em balanço de alheios
universos
Mãos de tinta, tantos
trapos de dor
Na carne, no rosto um riso de osso
Narra sonhos de um
real falsificado
Deles guardando para
si o segredo
Da lavra de linhas
longas e largas
Que lavam e levam as
cargas
Dos seus maus fardos de
medo
Por pouco não o fizeram sepultado
Mas quando avista na
história o final
É que se entrega de
alma na refrega
Como quem embrulha
destino em jornal
Para depois brincar
de cabra-cega
Com a leitora linda, lisa
e loura
Que besuntada em fino
creme de cenoura
Em salão lê seu livro,
livre da lavra louca
E a cabeça sob
alguma touca...
Imagem by georges de la tur - web
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