“QUANDO AS SOMBRAS AMEAÇAM O CAMINHO, A LUZ É MAIS PRECIOSA E MAIS PURA."

(Espírito Emmanuel, in "Paulo e Estêvão", romance por ele ditado a Chico Xavier)

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

NENÊ; O CONTRABAIXO QUE SILENCIOU-SE HOJE






Acabo de ficar muito triste: MEU ÍDOLO no contrabaixo-elétrico, NENÊ (Lívio Benvenutti Jr./Os Incríveis), desencarnou hoje. Aquele sujeito que eu achava com cara de eterno menino... não apenas pelo apelido carinhoso recebido em sua banda. (Nenê foi a prova de que há pessoas que nunca envelhecem a pele...)

O pouco do que sei ao contrabaixo elétrico, paixão musical que em mim digladia com a do violão, foi vendo NENÊ nos palcos e inspirando-me nele, em sua performance dinâmica ao instrumento.

Nenê não tocava contrabaixo; ELE SOLAVA linda e carinhosamente aquelas espessas cordas como se fora as de um  delicado violino! 

Quantas foram as vezes em minha juvenilidade que fui ao hoje memorável Cine Ouro Branco, em Paranavaí, aos shows d’Os Incríveis? Nunca perdi nenhum...

Ia não só para ouvir o som encorpadamente delicioso da banda OS INCRÍVEIS, mas pra ser sincero, quase que unicamente era pra sentir o balanço sincopado, cheio de alma, que brotava de entre os dedos de Nenê ao baixo elétrico e o pedal duplo da bateria de Netinho. Dois gênios  musicais!

Uma coisa divinal aquele balanço! Desculpem-me meus leitores, mas só músico mesmo consegue(ia) percebê-lo; as demais pessoas apenas ouvem-no. A cada apresentação ida eu voltava pra casa leve, flutuando de alegria pelo que ouvira, e sobretudo pelo que aprendera assistindo Nenê “solar” seu contrabaixo elétrico.  

Pena que poucos dos músicos jovens de hoje em dia saibam do virtuosismo e da escola-do-baixo fundada por Nenê já na década de 60, tempo de tecnologia nenhuma. 

Aliás, o balanço soul que a música de Tim Maia traria para o Brasil no começo dos anos 70 quando ele voltava dos EUA, e que contaminou plateias com músicas como  “Cristina”, NENÊ JÁ FAZIA por aqui havia muito tempo...

Para quem é leigo em técnica musical de contrabaixo, sobretudo o elétrico, e talvez não esteja musicalmente entendendo o que aqui digo, sugiro que se ouça a seguir um clássico da música italiana, SANTA LUCIA (“Santa Luzia”), abaixo em MP-3, gravado pel’Os Incríveis no disco da capa ao lado.

Esta é, a meu ver, a música-síntese do estilo singularíssimo de Nenê tanger as cordas do baixo elétrico, SOLANDO-O o tempo todo, sem aquelas marcações quase obrigatórias exigidas de todo baixista, que assim fica “preso” ao ritmo do pedal da bateria. A Nenê esses grilhões técnicos de estilo nunca conseguiram aferrá-lo...

De minha parte só tenho a agradecer ao NENÊ, criatura maravilhosamente musical que por este Plano passou, MAS FICOU:

- Vai com Deus, Nenê! Obrigado pelas alegrias que você me deu....      (ZR)


Os Incríveis - Santa Lucia

(Nota: - Que pena, o áudio foi removido pelo editor, mas deixo um link do Youtube):

https://www.youtube.com/watch?v=_Rgdo79V5x8



Imagens e som MP3: 'captirados' by web



6 comentários:

  1. [...A VIDA NÃO ACABOU, FOI PARA MELHOR...]

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    1. Não há verdade mais clara que essa, Adriano; a vida não acabou...

      Obrigado pela visita e o comentário. abs ZR

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  2. Oi amigo, também lamento a perda de seu ídolo, que, na verdade, foi uma perda para todos nós. O mundo musical perde mais um grande talento; dentre a juventude, creio que poucos tenham potencial para algum dia imitá-lo, ainda que de longe. Venho agradecer sua visita ao meu blog e também a indicação do livro; irei lê-lo e quando terminar direi o que achei. Te espero muitas outras vezes em meu blog, será um grande prazer recebê-lo. (Tem postagem nova). Abraços do amigo Bicho do Mato. Até mais.

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  3. ZÉ ESTOU SEMPRE,LIGADO NAS NOTICIAS, MAIS ESTA PASSEI BATIDO, PEGUEI A NOTICIA NO TEU BLOG.. ESTES CARAS MARCARAM NOSSA JUVENTUDE..MAIS É A VIDA...

    JOSÉ NUNES -CURITIBA

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  4. No começo dos anos 80, eu com 13 anos de idade, tive o primeiro contato com a musica dos incriveis e logo o que me chamou a atenção foi o toque do contrabaixo. Me apaixonei pelo instrumento graças ao Nene. Hoje com meus 45 anos toco algumas coisas que ele fazia e os meninos da igreja ficam espantados perguntando como faz aquilo. Ou seja, até hoje Nene faz discipulos.

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    1. Matias, primeiramente muit’obrigado pela blogvisita.

      Olha, como tudo tem seu tempo, também fui músico baixista em igreja.

      Nunca me esqueço que durante as apresentações do grupo o pastor ficava me olhando, e certo dia, ao final do culto, veio me perguntar que estilo era aquele meu, que pra ele parecia um guitarrista fazendo solo.

      Eu sorri, e devolvi: - Ué pastor, aquele negócio de tu-dum-tu-dum tu-dum-tu-dum, com primeira e segunda no baixo, já ficou no pó do tempo. Agora é solar o baixo com slaps bem dosados, mas sem perder o balanço em contraponto com o pedal do bumbo da bateria.

      Nenê e Netinho foram mestres nesta arte, muito antes de todos, Matias. Depois vieram os demais...

      Por fim, certa vez assisti em minha cidade natal uma performance de Netinho e Manito, cada um com uma bateria, e Nenê no baixo. Inesquecível! Simplesmente mágico aquele momento... que nunca mais voltará, eu sei.

      Abs., e volte sempre!

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