“QUANDO AS SOMBRAS AMEAÇAM O CAMINHO, A LUZ É MAIS PRECIOSA E MAIS PURA."

(Espírito Emmanuel, in "Paulo e Estêvão", romance por ele ditado a Chico Xavier)

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sábado, 6 de agosto de 2011

"FACEBOOK" NÃO; SÓ FACE!


Vi num blog literário o anúncio de um novo concurso de contos. Faz bem competir; há sol pra todo mundo...

Estava em casa, ou melhor, estávamos: eu, o notebook e o mundo no écran, e Gary Moore vazando das caixas de som, num solo iluminado com sua guitarra PRS em The Prophet. Aliás, algumas pessoas mereciam terna colher de chá na lista de eternidade divina; Gary estaria nela. ................. Já me repensando: o Creador deve ter sempre boas Razões pra me contrariar. Um dia eu e Ele trataremos sobre. Que não seja breve, tá, Mestre?

Voltando à vaca-fria, claro que a notícia alegra quem é arrebatado por escrever sobre qualquer tema, o pleno da vida, na base do exercício faça-de-tudo-um-pouco-que-passa-e-se-evita-ficar-louco-com-o-pouco-da-cinzenta-massa.

Teclei o link indicado. Fui ao regulamento... (Coisa danada é a alegria, regozijo motivado que vai tomando conta da gente, evoluindo feito um alegro de música clássica; o pulsar do coração toma andamento animado. Delicioso!)

E beethovenamente meu alegro com brio foi crescendo, crescendo, me absolvendo, como diz o poeta Peninha em sua melodiosa Sonhos.

Eis que me senti fustigado por um vento frio, daqueles em massa crescida de pão. Era o cruento das condições: o conto teria de ser inédito, sem publicação alguma, nem em blog! E mais. Teria de me inscrever no tal facebook!, isto para, em caso de vitória, fomentar discussão sobre criação da capa do livro, valores de venda, marcar data para autógrafos, essas coisas assim próprias, dizia o regulamento.

Claro que minha massa de pão encalacrou na hora! Vi-me enrolado nesse calamistro quente e instransponível, ainda que a justificativa de se ter um facebook fosse para difundir cultura “...e não somente para publicação de lixo virtual.”.

Não tenho facebook. E agora, alertado de que nele há “lixo virtual”, então vejo que não estava errado nem sem motivos para ainda não tê-lo. Continuarei assim, sem!

Mas não era só isto. Havia mais. Ou melhor, havia menos; o regulamento não dizia sobre o que mais interessa a um ignoto escritor: o prêmio!, o quantum!... Só se ver publicado não vale... Acho nisso um incentivo manquitola demais. Em vero um desestímulo.

Ora, quem tem audácia de dar a cara pra bater num concurso literário, nacional ou não, é claro que quer a vitória, que quer ver seu livro lançado, circulando e, sobretudo o prêmio financeiro do certame (Não estou falando de “prêmio literário”, pra concorrer apenas autor com livro já editado.), que é o que sustentará o desconhecido escritor por algum tempo.

Que a editora seja de pequeno porte ou não, é uma empresa, e com fins lucrativos. Nos lucros viajam os glóbulos vermelhos e brancos que sustentam seu corpo editorial. Sem eles a anemia é fatal, falenciosa. Com o escritor iniciante se dá exatíssima mesma coisa!

Editor que queira promover algum concurso literário, garimpar um promissor autor de sucesso para sua casa, não deve deslembrar que carro de bois sem bois é apenas carro; não canta o carro nem avança o carreiro. Precisa gostar de livros e também de quem os escreve; o lucro vem da cantadeira do rodado dessas condições... para os dois.

Por essas e por outras é que o paulista batataense JOSÉ OLYMPIO faz tanta falta no mundo editorial brasileiro. Era um editor ousado!

Ele tinha cuidado com seus lucros, MAS também carinho especial, de verdadeiro amigo pessoal, para quem lhos trazia; os escritores. Entre esses seus colaboradores estavam um João Guimarães Rosa, para ali vindo através do Prêmio Humberto de Campos da própria Livraria J. O. Editora, um Mário Palmério, uma Rachel de Queiroz, um Ciro dos Anjos, um Carlos Drummond de Andrade, um Ariano Suassuna, um Luís Jardim, um... Nenhum deles ali aportou renomado.

Imagem 1: by web
Imagem 2: by heloisa braun

10 comentários:

  1. Olá, quanto tempo! sou filha do Edmo daqui de Rio Branco - Acre, consegui achar o seu blog... como você esta? qual o seu e-mail para mantermos contato

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    1. Rebeca, mandei uma mensagem para você, pedindo notícias de seu pai, mas não obvitve retorno. Se puder, me mande, ok? abs

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  2. Ultimamente tudo está vinculado a ter facebook não somente o citado concurso. Aí eu me lembrei que vi o filme A REDE SOCIAL ( sobre o face) e acredito que o sucesso hoje tenha a ver com a vinculação pois deixou de ser popular. Sem falar que seu criador se " achava" e tinha inveja dos outros. Quanto a concursos não desista...rs. Também não desista dos prêmios, tá?

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  3. Como sempre, crônica muito bem escrita, que nos alerta sobre a realidade do que se chama mercado. Está cheio de alçapões para pegar desavisados. Que não sejamos um deles.
    Obs.: ficou bom o novo visual do blog.
    Um abraço, José Roberto. Boa semana.

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  4. A publicação de livro de autor não bafejado pela midia é um sonho. e como sonho o autor vai escrevendo sem atinar pela dificuldade/ímpossibilidde de publicar seu livro. Continua escrevendo porque esta é a sua sina. Não saberia viver

    sem exteriorizar suas vozes interiores e também aquelas exteriores que não consegue calar em seu silêncio. É triste mas é verdade. O que se há de fazer?, como diria Noel Rosa. Abraços ao Balestra do Lázaro Barreto.

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  5. Vo lhe falar que não gosto deste Facebook.
    Mas espero que o seu conto ganhe. Como vota?

    Saiu a 2° parte da série de 3 contos.
    (http://paulobouvier.blogspot.com)

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  6. Caro José Roberto. É sempre agradável ler qualquer inspiração humana. é atitude escrever sobre qualquer coisa. Agora em se tratando de pessoas que estão dando parte de sua vida ao literato é sempre mais agradável, porque, você percebe mais entrega no artigo escrito. Quanto ao facebook se você não se importar em exposição da sua pessoa não tem nada de anormal. É apenas mais uma rede social, aliás. a maior rede social do mundo (após o filme). Portanto se for apenas pela exposição, ok. Agora quanto a concurso sem 'jabá' não dá né mano velho. Chega de ser (inoc.u)ou seja inocente útil: participar das coisas apenas para fazer número. Grande abraço. Continue escrevendo. Na pior das hipóteses vc estará saindo do marasmo que vive a maioria da sociedade e com atitude põe alguma coisa coisa no papel que poderá servir de deleite para alguém.

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  7. Ola Dr Balestra, olha montei um blog não consigo mecher de maneira alguma como faço, um abraço.
    Valmor.

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  8. Acho importante o escritor nunca deixar de escrever. Antes de qualquer coisa, deixar aflorar a sua inspiração, o seu click. E isto, independente de concursos. Quanto aos concursos via Facebook ou não, deve-se antes de mais nada verificar a idoneidade do mesmo, pois existem muitos aproveitadores que usam eles para roubar o dinheiro do escritor, animado pelo prêmio. Atualmente, são poucos os que são confiáveis, e independente de ser prêmio em dinheiro ou em troféus, tem-se que ficar de olho vivo. Sei de concursos que nunca entregaram seus premios em dinheiros ou não, utilizando-se de justificativas absurdas ou mesmo grosseiras. É importante sim ter o seu livro publicado, como uma injeção de ânimo, seja um conto no meio de dezenas de outros, tudo isto massageia o ego do escritor e faz com que produza mais, que exponha ao público o seu talento.
    É fundamental prestar atenção nos concursos, inclusive estes que estão sendo veiculados pela rede social facebook, pois podes estar sendo ludibriado. Mas, digo e repito, existem concursos sérios.
    O mercado editorial exige muito do escritor, e realmente ser publicado por uma editora grande exige demais e muito investimento do escritor, mas existem escritores de renome que publicaram seus livros em editoras que não estão num patamar elevado. Existem, é como os concursos, deve-se analisar, estudar, pesquisar sobre elas para não comprar gato por lebre.
    Caro Dr. Balestra, um grande abraço.

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  9. Aproveitando a deixa, comentar sobre quem o dr. Balestra colocou, Gary Moore. Lamentável a perda dele no meio musical, sempre se destacou desde o G-Force, quando gravou a famosissima Parisienne Walkways, e a adoção fundamental do Blues, desde I Got Still the Blues, que inclujsive foi tema de uma novela. em seu show desenvolveu um diálogo entre guitarras com o também falecido guitarrista Albert Collins. Só para constar, nada a ver com escritor.

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