Deixou este Plano hoje, em São Paulo, aos 102 anos de idade, ARACY MOEBIUS DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA, segunda mulher de João Guimarães Rosa, com quem o Escritor-Mor vivera de 1938 até seu desencarne a 19 de novembro de 1967. Seu corpo foi cremado também hoje, no Crematório Horto da Paz (Itapecerica da Serra - SP).
Ara - como João carinhosamente a chamava - era paranaense de Rio Negro, nascida a 20 de abril de 1908, e falava português, inglês, francês e alemão.
Em 08 de julho de 1982 Aracy foi homenageada com seu nome gravado no Museu do Holocausto (Yad Vashem) (“Jardim dos Justos entre as Nações”), em Israel, por ter ajudado durante a Segunda Guerra muitos judeus a entrarem ilegalmente no Brasil do Governo Vargas, na vigência da “Circular Secreta 1.127”, de 1938, que lhes proibia aqui a entrada. Semelhante homenagem Aracy receberia também no Museu do Holocausto de Washington (EUA).
Dentre as famílias que ajudou a escapar do holocausto alemão está a de Maria Margareth Bertel Levy, com quem, voltando ao Brasil, Aracy fizera uma amizade muito forte – que eu particularmente entendo como claramente espiritual: contam os familiares que bastava uma delas ficar doente que a outra logo adoecia.
Em 2003, morando em endereços diferentes, cada uma caiu em sua casa.
Ara - como João carinhosamente a chamava - era paranaense de Rio Negro, nascida a 20 de abril de 1908, e falava português, inglês, francês e alemão.
Em 08 de julho de 1982 Aracy foi homenageada com seu nome gravado no Museu do Holocausto (Yad Vashem) (“Jardim dos Justos entre as Nações”), em Israel, por ter ajudado durante a Segunda Guerra muitos judeus a entrarem ilegalmente no Brasil do Governo Vargas, na vigência da “Circular Secreta 1.127”, de 1938, que lhes proibia aqui a entrada. Semelhante homenagem Aracy receberia também no Museu do Holocausto de Washington (EUA).
Dentre as famílias que ajudou a escapar do holocausto alemão está a de Maria Margareth Bertel Levy, com quem, voltando ao Brasil, Aracy fizera uma amizade muito forte – que eu particularmente entendo como claramente espiritual: contam os familiares que bastava uma delas ficar doente que a outra logo adoecia.
Em 2003, morando em endereços diferentes, cada uma caiu em sua casa.
No dia 21 de fevereiro deste ano a amiga Maria Margareth desencarnou. Três dias depois, Aracy - que há anos padecia do Mal de Alzheimer, e por isso não sabia do fato ocorrido com a amiga – teve agravado seu estado de saúde e foi internada, vindo a desencarnar também. Pergunto: - alguma dúvida acerca da espiritualidade de que falei antes?
Entrevista emocionante com a Aracy francamente espiritualizada pode ser lida aqui, no Jornal da Tarde, de 1968, um ano após a Partida de João Guimarães Rosa.
Aracy teve uma grande glória: foi imortalizada na literatura brasileira por Guimarães Rosa ao DAR-LHE o livro "Grande Sertão: Veredas" (1956):
Entrevista emocionante com a Aracy francamente espiritualizada pode ser lida aqui, no Jornal da Tarde, de 1968, um ano após a Partida de João Guimarães Rosa.
Aracy teve uma grande glória: foi imortalizada na literatura brasileira por Guimarães Rosa ao DAR-LHE o livro "Grande Sertão: Veredas" (1956):
"A Aracy, minha mulher, Ara
pertence este livro".
Por isso todos os direitos autorais de “Grande Sertão: Veredas” lhe pertenciam, fato reconhecido pelo Judiciário em litígio que lhe travaram as filhas do primeiro casamento do Autor-Mor, Vilma Guimarães Rosa e Agnes Guimarães Rosa do Amaral.
A História haverá de fazer JUSTIÇA à pessoa humana da iluminada alma paranaense que foi ARACY MOEBIUS DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA, uma mulher cosmopolita!
A História haverá de fazer JUSTIÇA à pessoa humana da iluminada alma paranaense que foi ARACY MOEBIUS DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA, uma mulher cosmopolita!
magens: by WEB e ESTADÃO.COM.BR/Cultura
Adorei ler a entrevista no Jornal da Tarde. Sem dúvida, o João estará melhor acompanhado agora!
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